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Vinicius Aguiari - 24 anos - Jornalista
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::  sábado, junho 03, 2006  ::

A copa, o mito e a sociologia

Há menos de uma semana para a abertura da copa do mundo, a seleção brasileira é disparada a favorita ao título. Algo tão megalomaníaco como há tempos não víamos, tamanha superioridade e falta de adversários a nível. Não que as outras seleções não possuam qualificação. Alemanha, Argentina e até França e Inglaterra possuem bons times, mas o fato é que o time do Brasil é muito superior a qualquer outro, são muitos craques. O Robinho, por exemplo seria titular em qualquer outra seleção do mundo, mas no time do Parreira, vai ter que se contentar em conhecer o gosto de participar da primeira copa, pelo menos ao início dos jogos, do banco de reservas.

Porém, este favoritismo todo pode ser um tiro pela culatra. Algo como aquele velho fantasma de 1982: "Aquele foi nosso melhor esquadrão e nada" - estes papos de tiozão que se recordam, porque em 82 eu não era nem nascido.

Mas uma coisa é quase certa: esta é a copa do Ronaldinho Gaúcho, uma das aquelas ocasiões em que o homem se transforma em mito.

Algo como o Pelé de 70, Pelé perseguido pelos zagueiros adversários no mundial de 70
o Maradona de 86
Maradona em uma imagem que fala por si só, O que é isto?
o Romário de 94
O baixinho naquela copa que alguém não queria levá-lo, mas o chamou as vésperas da quase não classificação e ele foi lá e ganhou sozinho

ou o Zidane em 98,
Zinedine no dia que ele mostrou ao mundo que os franceses não eram um bando de afeminados. Uma das vitórias mais devastadoras de todos os tempos.
O Ronaldo de 2002 eu deixo de fora, pelo menos por enquanto, até que alguém me prove o contrário. Neste mesmo ano, para quem se recorda o melhor jogador eleito do torneio foi um goleiro, Oliver Kahn, aquele mesmo do jogo da final, contra a seleção vice-campeã da Alemanha.

Por outro lado, existe o fator euforia do povo brasileiro. A paixão de mãos dadas com a burrice. Na minha singela opinião, não faria muita diferença se o Brasil trouxesse ou não o caneco. No ano da morte de Telê Santana, não me importaria se o fantasma de 82 retornasse, se saíssemos derrotados mas apresentando um belo espetáculo, como ensinava o mestre.

Do lado sociológico, se o futebol é ópio do povo e o paradigma mais adequado para explicar este país, o hexacampeonato provavelmente será como uma overdose de pão e circo. "Lambam todos a lama, somos hexa campeões" dirá subliminarmente algum deputado corrupto, ou "Nosso PIB ficou 15% abaixo da meta planejada no último ano, porém as causas não foram nenhum erro de planejamento econômico ou os juros, mas o fato que os brasileiros pararam de produzir para assistir aos jogos da seleção da copa no ano passado" dirá o futuro ministro da fazenda do governo reeleito.

Por isto que eu ainda, se fosse possível uma escolha, optaria pelo São Paulo tetra campeão mundial ao hexa da seleção. Por uma questão de princípios e modelos. Não que o tricolor tenha uma administração que seja um exemplo de ética, porém o dinheiro que ali é arrecadado, de alguma forma é bem administrado e revertido. É pão e circo? Não, são torradas e cinema, algo mais sofisticado como nos países desenvolvidos que respeitam a indústria do entretenimento. Não é a toa que o clube é o que mais cedeu jogadores entre os clubes brasileiros, e se caso considerar a convocação do Ricardinho como desnecessária e inútil, o São Paulo seria o único clube nacional a ter atletas entre o grupo da copa. Precisa dizer algo mais? Então vai: A seleção são 22 burros bem sucedidos comandado por um outro burro esperto enganando 170 milhões de brasileiros.

Trilha sonora para esperar pela copa: The Clash - Death or Glory

 

:: Vinicius Aguiari, - 12:23 PM [+] ::

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