::Cheiraqui::
Vinicius Aguiari - 24 anos - Jornalista
Flickr
email



Blogs

Alex Castro (LLL)
Andrea Del Fuego
Barbara Blanky
Bruno Saia
Carol Mazetto
Cecilia França
Cecilia Gianetti
Fabrício Carpinejar
Ilsson Siriani
Joca R. Terron
Marcelo Taz
Márcio Américo
Mário Bortolotto
Paula Cantieri
Sergio Faria
Thomas Texano
Xico Sá

Sonoros
All Music
Bizz
Coquetel Molotov
Discofonia
Dying Days
Gordurama
Grave
Ilustrada no pop
Jotabê Medeiros
Kid Vinil
Lúcio Ribeiro
Mojo Books
NME
Peligro
Revoluttion
Rock Press
Rraurl
Senhor F
Trabalho Sujo

Outros
C. J. Tognolli
Cocadaboa
Digestivo Cultural
Gui Tosetto Fotoblog
Leila Lopes Fotoblog
Pílula pop
Porta Curtas
Portal Literal
Roteiros on-line
Scream&Yell
Super sexies
Trip


This page is powered by Blogger. Isn't yours?

::  sábado, agosto 12, 2006  ::

Second impressions...

Quando se programa vir para Londres, imagina-se se que chegando aqui, se encontrara uma especie de programa de trabalhos para turistas, algo meio fake, como o passeio para turistas estrangeiros na Rocinha, no Rio de Janeiro.

Mero engano. Ontem foi meu primeiro dia de trabalho. Cobri uma folga lavando pratos na cozinha de um pub. No comeco parece mil maravilhas. Quando o radio comecou a tocar Wouldn't it be nice, dos Beach Boys, pensei: ''Onde mais eu iria trabalhar com esta musica saindo pelos falantes do radio?''. Manti a calma e imaginei ''Vou de leve, para minha eficiencia nao ser maior que a demanda e eu me pegar de bracos cruzados na cozinha''.

Novamente mero engano. Voce acha que um cheff de cozinha argelino esta trabalhando ali por experiencia ou por nao ter outra oportunidade em seu pais de origem? Logo a pia estava cheia e eu abarrotado. As vezes trocava algumas frases com o argelino e continuava no batente. No final foi bom, apos quatro horas de servico e ainda escovar o chao da cozinha com um esfregao, recebi meu primeiro soldo: 30 libras no bolso. Sai entusiasmado, afim de encontrar alguma balada. Sabia que no teatro onde o Minas trabalha estaria rolando algo, mas meu celular estava sem bateria e eu nao possuia nenhuma possibilidade de contato. Voltei para casa.

Onde, esta noite, surgiu um traveco. Puta coisa bizarra. Acho que tinha chegado do Brasil. Um traveco bem pobre, dos peitinhos muchos. Puta que pariu!!! Em quase quatro anos de republica em Londrina nunca traveco nenhum foi a minha casa, aqui em menos de uma semana, uma porra destas. Piorrr!!! E ele dormiu por aqui, nao no meu quarto.

Meu bairro aqui se chama Limehouse, um lugar com grande numero de indianos. Voces se lembram do Apu do Simpsons? Agora eu entendo a piada. Por toda Londres existem lojinhas como aquela do desenho onde se compra bebidas, sanduiches, chicletes, chocolates, cartao telefonico, vale transporte, sabao, cigarros.

Por todo lado existem negros, indianos ou brasileiros dirigindo Mercedes, Peageuts, BMWs. E' estranho ver estas pessoas dentro destes carros. No Brasil, dificilmente se via um negro dentro de um carro bom. Mas aqui 'e assim. No minimo soa estranho, como se todos os nordestinos de Sao Paulo possuiessem um Astra zero, entenderam o raciocinio? Nao sei se justo ou nao. A Inglaterra saqueou tanto a terra destes povos que talvez eles tenham o direito de ter algo hoje em troca, mas repito, no minimo e' estranho.

Hoje fui a um hipermercado, nao me lembro o nome agora, mas e' de propriedade do grupo Wal-Mart. Para poder retirar o carrinho voce precisa depositar uma moeda de uma libra, em uma especie de cofrinho localizada na alca do mesmo. Apos fazer minhas compras, na saida do supermercado, existiam dois funcioanarios, um negro e um indiano. Disse a eles que aquela era minha primeira vez ali e perguntei se teria minha moeda de volta. O negro disse que nao. O indiano me levou ate junto dos carrinhs e me mostrou que quando conecto o carrinho a corrente presa ao carrinho da frente, a moeda magneticamente se solta. Talvez seja por isto que aqui seja' um lugar onde o racismo fica mais a flor da pele. Tomando a parte pelo todo, algumas coisas se justificam.
 

:: Vinicius Aguiari, - 3:07 PM [+] ::

logo