Pelos bancos dos metros de Londres exercito minha paciencia de monge,

enquanto os trens me levam para o lado oposto e me fazem pegar onibus e caminhar por caminhos que desconheco. Eu sei que vou chegar em casa, mas quando?

Entao caminho, as vezes tranquilo, as vezes apreensivo quase chorando sem nenhum puto no bolso para poder se dar o luxo de entregar os pontos e apelar para um taxi.

"Excuse me sir, Do you know how I do to go to west acton?".

"Va em frente Jesus, retire minha camisa e chicotei minhas costas nuas,

mas por clemencia, nao exclua minhas calcas. No senhor eu confio"

Uma unica refeicao em dezoito anos. Oito horas de trabalho. Preciso sair, beber algo, ver a multidao, escutar algum barulho.

Mais um anjo caido atravessa o meu caminho como uma colher de sopa. Como aquele aquele hippie poliglota de meia idade e barba escura, que me socorreu quando derrubei todas aquelas mesas do trollie.

E o seguranca ingles, o companheiro de trabalho pronto para para colocar mais uma cabeca no caminho dos porcos; mais um branco ingles nazista, frustrado louco para descarregar sua ira reprimida atraves do seu cargo medio operario. Como seria o mundo se somente houvesse caras como voce? Cabecas carecas pelo tempo acima de uma barriga cheia de machismo. Faces de George Bush, Hitler do novo seculo. E s negros hoje se dividem entre aquelas se ainda sao oprimidos e aqueles que agora oprimem. Esta guerra nao he santa. Batalha individual de egos inflados jogados no chao a procura de migalhas e milhares de dinheiro.

Eu sou apenas um que me divirto vendo adolescentes bebados have fun as margens do rio. Pode nao parecer, eu nao tenho cara, mas se apanho todo dia quieto, he porque sei que um dia eu chego la e terei meu proprio paraiso, e serei santo.