Da ultima vez, te deixei dois reais sobre a mesa com um bilhete: "Use qualquer dia, se quiser me ligar, para comprar um cartao". Virei as costas e fui embora sem deixar o numero. Mas voce sabe, meus amigos o tem, meu irmao o tem, minha mae o tem.

Hoje amanheci e encontrei uma garrafa de vinho vazia na frente do sofa. Alguem tinha desligado a tv e levado para a cozinha a caixa de pizza, mas se esqueceu de limpar o cinzeiro. E eu dormi com aquela calca Levi's perna fina que voce me deu quando completei vinte e sete, e hoje ela esta mais surrada do que nunca, e eu a adoro.

Acordei com a boca vermelha e a garganta seca e fui para a cozinha para um copo d'agua para curar a ressaca, entao encontrei um bilhete sobre a mesa: "Este he meu numero, me ligue se desejar, mas caso nao tenha dinheiro para cartao, esqueca! Nao aceito ligacao a cobrar, arrume um emprego, estou cansada de te sustentar".

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Enquanto escrevo o texto acima alguem me pergunta onde fica o Artist Bar. He a primeira vez que escuto este nome. Certo, aquela porta ali a minha esquerda he o bar dos artistas, he onde eu as vezes mato o tempo durante o meu cafe.

Ontem estava estudando ingles na cantina deste teatro e um rato minusculo insistia em me provocar. Ele vinha, tirava minha atencao, eu bati o pe e ele voltava para a fresta. Queria brincar aquela hora, mas eu ja estava cansado e concentrado na minha licao. Os ratos, tanto deste teatro, como os da Central Line, em Oxford, ja estao mansos.