Distante deste blog por alguns dias. Fui dar uma volta pela Europa. Estive em Paris no dia da eleicao de Nicola Sarkozi. Assiste o discurso do emplasto e o tumulto fantastico na Plaza de Republic. Lindo!

Aqui vai um texto que ja escrevi no meu fotolog sobre o que vi.

Quando cheguei ao hostel, um homem bebia desapontado e levemente irritado com o resultado. Acho que todo romantico bebe apos uma eleicao, em nome da esperanca ou do desencanto.


De la fui convidado por um poutro brasileiro a ir a feta da vitoria de Sarkoza. A festa foi um grande embroglio, politica he igual em qualquer parte do mundo, um monte de artista tosco tentando animar uma plateia igualmente tosca. Como se tratava de uma eleicao reaca, entre as pessoas estava so a nata parisiense.

Sarkozi subiu ao palco depois de muito tempo, falou algumas besterias, foi aplaudido e depois disto nao existia cerimonial algum. Um dos cantores de origem de algumas destas colonias africanas francesas fez um improviso, que foi se seguido por um outro de um frances gordo, que depois embaracado passou o microfone para uma mulher, que teve menos desenvoltura ainda e todos estavam embaracados, ate que uma negra pegou o microfone, comecou a cantar um soul-funk, a banda mandou alguns acordes e os poderosos sairam literalmente a francesa.

Voltando para casa, na praca da republica, um grupo de jovens, punks, hippies, universitarios e as garotas mais lindas da franca protestavam o resultado. Uma nuvem de gas lacrimogenio cobria um dos lados da praca obrigando a pequena multidao a ocupar o lado oposto. Carros da policia passavam em comboio e eram hostilizados com garrafas e algumas pedras, mas a massa continuava tranquila. Mais uma vez o comboio militar deu a volta a praca e retornou, passaram foram hostilizados, seguiram em frente, contornaram e vieram preparados para se estabelecerem e dispersar a multidao. Isto tudo, sem excessiva violencia. Os jovens sairam da praca e entraram em uma pequena rua. Um container gigante, carregado de papel e papelao para ser reciclado estava cercado por uma grade removivel. Uma garota pegou um dos extremos da grade e em um ato lindo, desembrulhou o container daquela cerca e a estendeu por toda a rua. Alguns rapazes escalaram o container e arremessavam papeias ao ceus e ao chao por todo lado, quando as primeiras bombas de gas comecaram a chegar arremessadas da outra rua, onde o choque se impostava. Agora as pessoas corriam, nao desesperadamente, apenas regredindo, gritando e fazendo barulho. Um tumulto juvenil em Paris, onde o absurdo de 1968 he uma constante, um lugar no mundo onde a juventude faz pleno sentido.



Sai de la e fui para Amsterdam, uma das cidades mais agradaveis do mundo, mas que se estraga com um monte de turistas farofas andando pelas ruas do Red Light District. Saindo desta zona, existe uma cidade deliciosa, onde sa pessoas se locomovem por bicicletas, caminham ao lado de canais a todo momento e utilizam mictorios super charmosos distribuidos ao longo dos canais.

De Amsterdam voei para Berlin, a mais barata delas, onde se como um kebab (nao sabe o que isto?) as vezes por menos de dois euros e so toma cerveja por um na rua, por dois em um bar.
Berlin fez questao de apagar os passos de Hitler da cidade. Nao ha quase nada em memoria do III Reich na cidade, porem os restos da cortina de ferro, com seu maior simbolo, o Muro de Berlin ainda estao la. Nao em grande parte tambem, verdade, mas o suficiente para impressionar e imaginar-se na possibilidade de viver em uma cidade dividida por um muro. Triste e imperdivel.

As fotos da viagem e tambem da que fiz a Barcelona e Veneza postei no Flickr e podem ser conferidas aqui. Vai la e da uma olhada. Ficaram legais.

Mas ai, voltei a Londres, fui preso noite destas por pertubacao a ordem publica. Um ingles brigou comigo, e ai vale aquela velha historia, galo de fora nao canta no terreiro alheio. Os policiais me levaram por pura sacanagem, foi fichado, tirei aquela foto classica de frente e perfil para um dia se me tornar famoso e permaneci uma hora na cela, individual diga-se, antes de ser liberado. Agora pago oitenta libras como uma multa ou posso ir a corte para me explicar. Sei nao o que vou fazer, prefiro pagar, mas precisa sobrar dinheiro, se nao dou no pe.

Ontem vi o Klaxons por dez libras em uma sessao matine no Shepherd's Bush Empire. Dizer o que? Toca alto mas he musica para molecada, patifaria de new rave que ate eles proprios ja se cansaram do rotulo porque de rave mesmo, nao tem nada. Se voce escutar o disco todo dos caras ai ver que existem ali tres musicas que valem a pena, o resto he enchessao de linguica. Um disco com o nome de Miths of the near future, com musicas como Magick, Atlantis to Interzone e Gravity's Rainbow so pode ser besteirol de estudante de filosofia, formacao dos caras. Neon radiantes em tons limao? A Inglaterra timidamente aderiu ao neo-hippismo. Prefiro que o Primal Scream kill all hippies.

Ainda ontem fui a After Skool Club, tomei um Red Bull antes, uma tequila la, dancei com as garotas e nao peguei nenhuma. Mas a balada estava boa e me deixou em duvida se devo regressar semana que vem ou ir a Frog. Algumas destas inglesas vao deixar saudades. It's time to say goodbye baby... I don't know if I love you, but I'll miss you. So... bye!