![]() Gus Van Sant (França / EUA - 2007) 87 minutos Em Last Days, filme anterior de Guns Van Sant baseado nos últimos dias de Kurt Cobain, o diretor conseguiu como poucos transmitir apatia. Agora, em Paranoid Park, Sant se redime e traça um retrato sublime da falta de fagulha adolescente. Em Paranoid Park, Alex é um jovem americano típico, que encontra no skate e na cultura rebelde do esporte uma forma de extravasar e aceitação para sua personalidade outsider. Junto com o amigo Jared, ele costumava ir ao Paranoid Park, pista barra pesada, construída pelos próprios skatistas, no lado oposto de onde vivem em Portland. Porém, em uma destas incursões, o jovem pisa na tênue linha onde a inconseqüência encontra a fatalidade ao matar acidentalmente um guardador de trilhos. Com imagens dos passeios de skate captadas em 8mm e outras em 35mm, Guns Van Sant constrói uma narrativa fragmentada, porém não complexa. Como trilha, o autor intercala colagens de texturas eletrônicas abstratas a melodias dos anos 50, atingindo ora um resultado de vanguarda, ora soando como Woody Allen. Os planos fechados em slow-motion complementam a sensação da poética estranha e deslocada, já exploradas anteriormente no também juvenil Gummo. Por sua vez, Alex procura uma saída para seu drama, entretanto a distância da mãe, um pai estúpido, e a imaturidade da namorada amarram a trama, fazendo da culpa e do meu medo o seu castigo. A redenção somente vem na cena mais bela do filme, quando, a bordo de seu skate, Alex é puxado rua afora por uma amiga de bicicleta. De beleza ímpar, Paranoid Park agrada tanto a jovens quanto ao público adulto. Os primeiros pelo tema, ambientação e trilha. Os segundos, pelo drama e mergulho na personalidade adolescente culpada e afugentada. Um belo filme, muito melhor que Elephant ou Last Days. O Crime e Castigo da juventude OO´s. :: Vinicius Aguiari, - 5:10 PM [+] :: ●
|