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Vinicius Aguiari - 24 anos - Jornalista
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::  terça-feira, junho 10, 2008  ::

Calcinhas, gols, milhões e o Romário
Considerações sobre três das mais nobres artes do universo masculino: pegar mulher, marcar gols e ganhar dinheiro




Viver é competir. Já dizia qualquer sujeito na esquina se passando por filósofo letrado. As pessoas passam o tempo todo se auto-exigindo em busca de reconhecimento e sucesso. Já era assim no colégio, foi assim na faculdade, desnecessário dizer no trabalho. Mulheres competem como frangas para ver qual delas é águia. Ciscam e se empetecam na tentativa de voar mais alto do que permite seu ímpeto natural. Já os homens competem como macacos para ver quem é o leão do pedaço. Pulam e se atracam na tentativa de atingir a tão desejada nobreza.

Na situação masculina, imagino três situações que são capazes de despejar esta endorfina nos corpos varonis. Enumerando, seriam elas: tirar a calcinha de uma mulher, marcar um gol e alcançar o primeiro milhão. As três situações são o que existe de mais nobre em matéria de satisfação e deleite masculino.

A parte de ritos, técnicas ou trejeitos, o saque da vestimenta feminina é o último obstáculo entre as artimanhas insinceras da sedução e o deleite do sexo. Mais do que convencer a própria mulher, deixar lhe nua é como passar para trás seu pai, irmãos, avôs, a culpa, o padre e dizer a todos: "Por mais que vocês se esforçaram, cá estou eu com a sua menina!". Digo ainda, para um homem, mais do que a própria qualidade de sua performance a ser realizada em alguns minutos, o que realmente importa é a conquista, a satisfação de ter sido ele o escolhido em meio a uma multidão de candidatos. Vida é competição, mulheres são conquistas. Em rodas de amigos, mesmo que subliminarmente, troféus de luxo tatuados em egos masculinos.

O homem é um bicho bruto, nasceu para se esfolar e agredir. O avanço da humanidade o tornou civilizado (pelo menos tentou) e coube ao esporte ser a válvula de escape de seus instintos. Já dizia o juiz que julgou o caso Rycharlison que futebol é um esporte varonil, e homofobias (dele) à parte, concordo. É dentro da quadra que se enxerga a maneira de cada um de ser homem. Ou você pensa que é fácil se firmar como macho?

Quando um homem marca um gol, ele se torna o centro do universo daquele terreno, seja campo ou quadra. Verdadeiro rei do pedaço. Na situação de combate, todos os adversários foram derrotados na missão de impedir que o sujeito atingisse seu objetivo. Para os seus companheiros de camisa só resta a conclusão: "Este é o nosso homem, parte do nosso time, é dele que precisamos". Se existir no mundo feminino situação capaz de despertar tamanho sentimento me digam que serei o próximo a cortar fora meu sexo.

A última das situações, é a mais difícil delas, e, a menos que se tenha nascido milionário, é a última que vai se concretizar. E se um dia acontecer, pois a maioria esmagadora de operários deste mundo vai morrer sem saber o que é ser deixar de ser pobre. Lembro-me quando Woody Harrelson, ao interpretar o pornógrafo americano Larry Flint, em O Povo contra a Larry Flint, pergunta a personagem de Courtney Love: "Você já transou com um milionário? Pois tire suas calças que agora você vai!", ao atingir seu primeiro milhão vendendo pornografia. Não imagino o que seja isto, alias, até imagino, mas não sei exatamente. De maneira sintética, é a mais perfeita tradução de ter conseguido, ter chegado lá. Na vida, na carreira, no trabalho. Dinheiro e sucesso. Isso não é tudo, mas é um belo caminho andado.

Romário é o maior homem do mundo. Comeu mais de mil, fez mil gols e ganhou vários milhões. E ainda trouxe sozinho uma Copa. Então você me responde: "Não, Pelé é o maior homem do mundo. Comeu mais de mil, fez mais gols que Romário, acumulou vários milhões, foi eleito Rei e ganhou três copas" - nenhuma delas sozinho para relembrar -, e eu te digo que não.

Pelé não foi um bom pai. Esteve envolvido em processo de paternidade, além de ter visto seu filho, Edinho, acusado de associação com o tráfico. Já Romário, quando pensava que havia conquistado tudo, a vida lhe atribuiu um novo desafio com a sua filha Yvi, portadora de Síndrome de Down, a qual ele recebe de braços abertos, se tornando espécie de embaixador da causa.

E o baixinho, encrenqueiro e malandro Romário, revela seu caráter mais nobre, se mostrando um cara de coração gigantesco. No Rio, todos os cariocas já devem saber, porém vale salientar. Definitivamente, Romário é o maior homem do mundo. O que por ai costumam alcunhar de "O Cara". Comeu mil, marcou mil, ganhou vários milhões e ainda é um paizão.

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:: Vinicius Aguiari, - 4:02 PM [+] ::

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