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::  sexta-feira, novembro 30, 2007  ::



Picadilly - centro de Londres , palco do último atentado contra a cidade meses atrás.

As vezes, tenho saudade de Veneza também.
 

:: Vinicius Aguiari, - 10:20 AM [+] ::

::  terça-feira, novembro 27, 2007  ::

E Josh Homme deixou seu recado para Amy Winehouse

Aconteceu ontem, na Brixton Academy em Londres. Antes de explodir no refrão da junkie Feel Good the Hit of the Summer, aquele cuja letra cita uma lista capaz de provocar uma overdose até em Hunter Thompson, Homme parou e deixou disse o seguinte:

"They tried to make me go to rehab, and I said 'no, no, no'... because that's the kind of guy I am, baby. Rehab?
We could hang out on the Thursday, but I'm so busy. I'm so busy with with... nicotine, valium, vicodin, marijuana, ecstasy and alcohol. We could hang out on Friday, but then there's the..."

e então Homme palheta sua guitarra e emenda, justificando a sexta:
"C-c-c-c-c-cocaine!"

O video da façanha ainda não está disponível no youtube, porém, um outro de uma outra apresentação, insinuante demais até para um blog nada conservador como este, pode ser visto aqui.

Neste Homme diz que eles tentaram enviá-lo também para a rehab, mas como o público vê, não funcionou.
 

:: Vinicius Aguiari, - 3:27 PM [+] ::

::  segunda-feira, novembro 19, 2007  ::








Porque rocker que é rocker cola pôster na parede

Casey Burns é um mestre na arte de desenvolver quadros para anúncio de shows - alguns fictícios, outros verdadeiros. De Sonic Youth a Dick Dale, de Yo La Tengo a Gang Of Four, passando por alguns temáticos.


Gostou? Dá uma passada por aqui onde o portfólio do cara está a venda, em média por vinte doletas. Caso você salve o arquivo e tente imprimir, o arquivo não terá resolução suficiente para decorar sua parede. That´s the Rock´s cost man!

 

:: Vinicius Aguiari, - 4:20 PM [+] ::

::  segunda-feira, novembro 12, 2007  ::

TERRA RULES!

Da estação de Santo Amaro até a Villa dos Galpões foi fácil. Encontro um maluco e ele logo vem: "E ai, tem algum?" no melhor espirito de festivais dos velhos tempos. "Tô indo pra ver a Lily Allen, tenho ela no meu myspace, new-rave é o que há" prossegue ele falando demais e sem diferir bananas de bufas. Para concluir, puta negócio deixar para comprar o ingresso na mão de cambistas. O tal sujeito pagou apenas R$ 25,00.

Cheguei atrasado para o Datarock, um dos melhores shows da noite. Eu sei do que estou falando porque já vi. Fredrik Saroea e Ketil Mosnes adentram ao palco encapuzados em seus macacões vermelhos e disparam sua introdução como dois rappers. Você se pergunta: "Que porra é essa? Esse requentado de Beastie Boys?". Então Tom Maeland e Kevin O'Brien se juntam aos primeiros e o combo está formado. Uma mistura de dance-funk-punk. I used to dance with my daddy, Night Flight, Sex. Já deu para esquentar. Carburou. Ferveu. No fim a platéia canta em coro: Fafafafa - fafafafafafa. E o Datarock tem uma nova legião de seguidores no Brasil.

De lá fui pra Lily Allen, a inglesinha cute que foi fundo no baú da tradição musical inglesa para resgatar, em partes, um estilo o qual os britânicos sempre foram fã: o ska. Não há toa que quase toda a banda de Lily é formada por negros. Porém, a música da garota fica em segundo plano frente a sua personalidade. Lily bebe no palco, fuma, esquece as letras, manda as favas as pessoas que tentam foder com ela, caras que tem pau pequeno e viciados em crack (recado para Amy, "Não importa porque eu estou aqui hoje" - diz ela). Grande Lily. Tem gingado e suingue, quase como se tivesse nascido no Caribe. Musicalmente - e torçam o nariz, uma espécie de Ivete Sangalo indie, conduzindo com os pés descalços seu show. Mas não importa, a música é só um detalhe na personalidade divertida e provocante da inglesa.


Luis e Gui rumo aos peitinhos de Lovefoxxx

Vi o fim do CSS, não comento. O que posso dizer é que meus amigos saíram eufóricos e suados, além de terem tocados os peitos de Lovefoxxx durante seu stage-diving.

E perdi parte do Devo (imperdoável e irremediável), como também vi só parte do Rapture restando somente poder comentar sobre o Kasabian.

Tom Meighan tenta ser perigoso, vai fundo ao homenagear Linda Kasabian - uma das seguidoras de Charles Manson, dando seu nome à banda, se veste como um droogie na tentativa de ser o quinto demente do grupo imaginado por Anthony Burgess; porém, ao vivo sua arrogância dá lugar a insegurança. O vocalista até se arrisca, mas o perigo não anda ao seu lado. Meighan agradece ao público a toda hora em português na tentativa de ganhá-los, usa de clichês e pede até palmas ao alto. Na disputa de egos internos, o guitarrista Sergio Pizzorno se mantém discreto e leva a melhor quando assume o vocal em uma das músicas. Fantasiados de roqueiros e perigosos. Postura, glitter, glam. Não faria a mínima diferença se o Kasabian, ao invés de ser quem são, fossem o Darkness.

 

:: Vinicius Aguiari, - 12:23 PM [+] ::

::  quinta-feira, novembro 01, 2007  ::

...mas o morro continuou sendo o mesmo

A Lígia me encomendou uma coluna para a página dela no Guia. Lógicamente o texto não pode ser tão rock´n roll, então ficou assim:

Terça feira, 6 de setembro véspera de feriado. O dia amanheceu chuvoso no Rio de Janeiro. O negócio é começar pelo café e fazer a pergunta que não cala: "Pra onde vamos?". A maioria já decidiu seus roteiros. "Estamos pensando em ir para a Rocinha". Boa. Fechado. Vamos!


Quarenta e cinco minutos de ônibus do bairro de Botafogo até São Conrado. Passeio nem curto nem longo, diria agradável em meio à arquitetura e jardins cariocas. Nada de pacote para gringo visitar o morro, olhar gente do lado de dentro de um carro como em um passeio pelo Simba Safári. Tô fora. Sou mais samba e suor in loco.


Descemos do ônibus próximo à praia do bairro onde os prédios ainda resistem no velho modelo de moradia classe média: três quartos, dois banheiros e um carnê do IPTU eterno (vide reverendo Mirisola).


Adentramos algumas quadras e estamos no pé do morro. Uma multidão de gente andando para todo lado como em uma enorme feira a céu aberto. As ruas perdem a lógica e vielas sinuosas desenham a urbanidade do bairro. Perueiros aguardam em fila como taxistas. Moto-taxistas escalam as ladeiras de paralelepípedo úmidas carregando galões d´água e botijões de gás em suas garupas.


Vamos mais fundo, assustados como frangos em meio a uma matilha de raposas. Olhares desconfiados capturam nossos olhos. Marcela, Aaaaaah Marcela. Cabelo louro, liso e desfiado, obras do Miro tatuadas e roupas de grifes modernas. Musa das raves de Psy. Turista até dentro do próprio quarto. Estávamos fodidos.

Como já dizia Mrs. Jarvis Cocker: "cause everybody hates a tourist". Melhor garantir a sobrevivência logo. Receita para turista nunca virar um herói: esvazie amistosamente os bolsos!

Escolhemos o restaurante da esquerda: R$17,90 o quilo. A comida, basicamente a mesma de um restaurante duas estrelas e meia do asfalto. O básico com talheres limpos. Do outro lado da rua, jovens com cabelo oxigenado passam as coordenadas pelo rádio. Um sobe e desce frenético.

Terminada nossa refeição voltamos à rua. O morador nos alerta que subir o morro pode ser arriscado, talvez mais por receio do que por risco verdadeiro. Se Marcela era a típica menina de apartamento, sem conhecimento dos perigos do mundo, Juliana havia se criado a pão com mortadela e maços de Marlboro vermelho. Apesar da aparente diferença andavam juntas. Dizem que Juliana se formou em Comércio Exterior e voou para a China. Parece que lá que existe um pote de ouro a ser descoberto.

Desejamos pelo menos uma foto, um souvenir do momento. "Não rola não cumpadi. Os caras lá em cima estão de olho e não tem nada autorizado" dispara o jovem em um típico carioquês. Mais um passeio pelas vielas e nos despedimos da favela, extasiados e frustrados na mesma medida.


Uma volta curta e estamos na via onde os perueiros marcam o ponto. Fechamos com um deles para levar-nos ao Cristo. "Vocês não querem dar uma volta pelo morro?", sugeriu o motorista. "Lógico cumpadi" - agora é a gente que virou carioca. A resposta positiva nos levou para o clímax daquele tour.

A Kombi vira a direita e retorna. A subida fica mais íngreme. Na Rocinha também tem Mcdonalds. Desculpe, mas esqueci de anotar o endereço. Cinco minutos e algumas curvas depois estamos no alto do morro. De um mirante nós vemos a orla, os prédios na frente da praia (suas coberturas estão abaixo da linha de nossos olhos) e toda arquitetura orgânica da favela. Lá do alto, nos sentimos os próprios donos do morro. Era justo. Todo mundo passeando por Ipanema, Copacabana, Santa Tereza e nós no cume do perigo.

Voltamos para a Kombi e retomamos o caminho para o mundo onde os mais favorecidos moram embaixo. Na curva que dá inicio a ladeira da decida, o Caveirão cruza conosco. Senti a frieza e a intransponência daquele veículo se alojar em minha espinha. Sabia que algo estava errado. Pitbulls nunca saem a passeio na hora do almoço. Os primeiros rojões estouraram no céu.

Policiais cruzavam conosco a pé e em viaturas. Moradores eram colocados contra o muro para serem revistados. Um carnaval de rojões e tiros fazia a trilha sonora do passeio. Nosso motorista, tenso no volante, tentava de forma prudente nos tirar do tumulto, enquanto a Kombi deslizava de forma sinuosa a estrada da Gávea abaixo. Um único tiro seria suficiente para atravessar aquele carro como um abridor dilacera uma lata de sardinhas. Eu abraçava Aline, abaixava a cabeça e escutava o barulho dos tiros. Aline - a terceira delas, então noiva em sua despedida de solteiro, prestes a tomar um tiro ali comigo. Goudart não faria retrato melhor do amor bandido.


Continuamos descendo pelo caminho e quando as viaturas desapareceram, uma frota de Pajeros surgiu do outro lado da via. Pensei que fosse algum comboio de diplomatas, mas era a fila para apanhar as crianças da Escola Americana após a aula.

Será que a Sasha escutou o barulho dos tiros? Aposto o café da manhã do Show da Xuxa no inicio dos 90 - aquele com presunto, queijo, pão integral, torradas, suco de laranja, uvas, morangos, melão, melancia e marmelada - que sim. Sem falar naquele monte de moleques na platéia com o nariz cheio de remela.

Deixamos a Gávea e nos despedimos de nosso cicerone na Rocinha em Copacabana. "Vocês viram quantos rojões eles soltaram?" disparou Carolina. "Rojões?" E os caras do banco de trás da Kombi fazendo as contas de quantos calibres diferentes eles contaram. "Sério? Também pensei que fossem somente rojões" concordou Juliana com a Marcela. Já disse que elas se entendiam bem. Aline ainda tinha um aspecto pálido. Dois meses depois a policia cortou as azas do Bem-Te-Vi, mas o morro continuou sendo o mesmo.
 

:: Vinicius Aguiari, - 5:45 PM [+] ::

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