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::  quinta-feira, julho 27, 2006  ::

Mais rock´n roll do que a Mtv tem a oferecer

Quando eu tinha dezesseis anos, minha casa não tinha Mtv. Alias, onde eu morava não existia porra nenhuma. Não tinha cinema, shopping, colégio particular, escola de música, boliche, Mcdonalds, banca de jornal. Porcaria nenhuma. A internet ainda era discada, cara, interurbana e lenta.

Sempre que eu estava afim de alguma revista, atravessava uns quarenta quilômetros até a banca mais próxima. Em média, uma vez por mês repetia o ritual. Às vezes ficava mais tempo isolado lá, no meu oásis. Na maior parte do tempo, em casa sempre teve uma assinatura de jornal, isto meu pai não deixou faltar. Só nos períodos de vacas magras é que a assinatura era a primeira a ser cortada para se adequar ao orçamento. Esta justificativa óbvia para a pouca leitura de jornal diário no país.

E por que eu coloquei o clipe de Dirty Boots do Sonic Youth ai em cima? Só porque o Álvaro Pereira Junior disse em uma coluna sua em junho de 1997, no Folhateen intitulada Amores de verdade, proibidos e torturantes que este é “o clipe mais maravilhoso de todos os tempos”. Claro que o clipe não é o mais maravilhoso de todos os tempos, sei lá qual é, cada um tem o seu, o cara simplesmente precisava escrever a coluna dele e dar um reforço poético nela. Alias, quando eu tinha uns 16 anos até tive uma carta publicada no Folhateen metendo o pau no Álvaro Pereira Junior porque ele tinha criticado um disco Raimundos. Lembro que um dia, o telefone tocou e a jornalista (ela é até conhecida, mas não lembro seu nome agora) falou: “Oi Vinicius, aqui é a Ciclana, editora do Folhateen, to te ligando só para confirmar, você mandou mesmo esta carta para o jornal né? Posso publicar?” e na outra semana tava lá. Nem me ligava disto, mas já tive meu nome publicado na Folha de São Paulo.

Mas na verdade, você está entendendo o que eu estou tentando dizer?

Em 1997, tudo isto já acontecia e eu pouco estava sabendo. Lá no meu quarto, nunca amigo nenhum meu chegou com o Slanted and Enchanted do Pavement dizendo "Descolei um disco do caralho, vamos escutar". Amigo de infância meu nenhum sabe até hoje quem é o Morrisey e tá pouco se fodendo para a filmografia do Tarantino. Ao invés disto, a gente se reunia, às vezes até uns oito caras, para assistir filme pornô. Aquele bando de moleques socando punheta dentro de um quarto com pôsteres do São Paulo pregados na parede. Lembro até qual foi o primeiro: Orgias no Mar. Para conseguir a fita, a gente ficou uma cara ensaiando em frente à locadora até entrar e convencer o cara a locar um filme para toda aquela molecada. Você está entendendo? Isto é mais rock´n roll do que toda a Mtv junta possa ser!

Hoje eu até tenho um disco (um vinil) do Sonic Youth, o Goo; aquele com o cara e a mina desenhados na capa pegando a estrada, o maior signo deste embuste do Indie rock; e semana que vem vou pegar um avião em São Paulo com destino a Londres. Isto até pode parecer “lá vai mais um moleque mimado lavar uns pratos, limpar banheiro e voltar dizendo que foi tudo “muito loco”, “puta experiência””, mas isto somente caso você não me conheça. Na verdade, eu tenho um diploma, mas não sei bufas o que fazer da vida. Somente confio no meu taco. Como naquela cena entre George Jung e o seu pai quase no final do Profissão de Risco, quando o Jung fala: “Eu fui bom, me destaquei no que fiz pai” e o velho responde: “Eu sempre soube, você seria bom em qualquer coisa que fizesse filho”. É assim, mais ou menos isto. Parece arrogância mas acho que é só orgulho conquistado. Que Deus ou alguma coisa superior me ilumine, porque agora, eu tô vazando!

 

:: Vinicius Aguiari, - 11:42 PM [+] ::

::  terça-feira, julho 25, 2006  ::

Ingrata

Antes que eu saísse do carro ela pediu que a ligasse novamente durante a semana.

"Para que você ainda quer que eu te ligue se todas as vezes que saímos é desta forma? Você consegue ser tão grosseira e impessoal, como se estivesse a frente de um estranho? Sabia que existem garotas por ai que dariam tudo para estar no seu lugar, ter um cara legal como eu! E o que você faz? Nunca passou pela sua cabeça, acordar em uma manhã destas, olhar para o lado e dizer "Como eu tenho um cara legal, acho que vou recompensá-lo" e me dar uma chupada antes mesmo de eu ter acordado? Em retribuir um pouco do carinho que você recebe? Porque se eu tivesse alguém que me se dedicasse a mim da forma que eu me dedico a você, me sentiria satisfeito e tentaria fazer o mesmo. Mas você não, só me coloca para baixo com suas criticas e há tempos não me rasga um único elogio".

"Sabe tem algo que eu quero lhe dizer..." - continuei.

"E o que é?" - Ela devolveu em tom doce, como esperando por alguma frase de consolo, um sinal de paz em meio àquele turbilhão de conflitos.

"VAI TOMAR NO SEU Cú!"
 

:: Vinicius Aguiari, - 1:29 PM [+] ::

::  terça-feira, julho 18, 2006  ::

O Balconista 2

Uma das versões do pôster do filme o Balconista 2Não sei se por aqui, mas no resto do mundo está marcada para esta sexta-feira a continuação de O Balconista, filme que revelou Kevin Smith ao mundo do cinema.

Lançado em 1994, Clerks - título original - mostra a história de um dia surrealista na vida de Dante (Brian O'Halloran), um balconista de loja de conveniência que vive às voltas com duas namoradas, um colega cínico e uma série de excêntricos clientes. Durante este período, um cliente morre enquanto se masturbava no banheiro da loja, Dante rompe com sua garota e ela o revela quantos caras já chupou, além de ainda sobrar tempo para uma partida de hóquei na cobertura da loja.

Feito com 27,5 mil dólares, o filme foi totalmente rodado em preto e branco na loja onde Kevin Smith realmente trabalhava em Nova Jersey. O financiamento veio de seus cartões de crédito, de alguma grana que havia guardado, um empréstimo familiar e da venda de sua coleção de revistas em quadrinhos.

Além destes méritos, o Balconista ainda lançou dois ícones do cinema dos anos 90, uma espécie de Beavis e Butthead de carne e osso, os vagabundos grunges Jay (Jason Mewes) e Silent Bob (o próprio Smith que permanece 98% do tempo de suas aparições calado).

Depois do sucesso de O Balconista, Kevin Smith produziu Barrados no Shopping, onde Jay e Silent Bob se transferem para um shopping; frequentam uma loja de quadrinhos e endeusam até encontrarem Stan Lee, co-criador de diversas personagens da Marvel Comics.

Porém o salto do underground veio em 1997 com a comédia romântica Procura-se Amy. Entre outras obras do diretor ainda constam Dogma (1999), a história de dois anjos caídos na Terra com a participação de Alanis Morissete interpretando Deus e o blockbuster O império (do besteirol) contra ataca (2001).

trailler de Clerks 2



O novo Clerk´s provavelmente seja melhor produzido do que a primeira versão. O uso de cores na fotografia já distância a continuação da linguagem alternativa do primeiro filme, mas se você quer saber, isto não importa. Para um cara como eu, que assisti pela primeira vez O Balconista naquelas seções malucas - madruganescas da Bandeirantes e perdi a conta de quantas vezes vi Barrados no Shopping no Telecine, nos bons tempos em que ainda possuia TV por assinatura, Bob Silêncio está de volta e isto já é máximo!
 

:: Vinicius Aguiari, - 11:08 PM [+] ::

::  segunda-feira, julho 17, 2006  ::

Gang of Four no Brasil

 Jon King, Andy Gill , Dave Allen, e Hugo Burnham quando ainda eram um bando de mocinhosA organização do Campari Rock divulgou a presença do Gang of Four para a edição deste do festival. Os shows acontecem no dia seis em São Paulo, oito em Florianópolis e no dia seguinte em Belo Horizonte.

Falar que o GoF influência metade das bandas do novo rock é generalizante demais. Em cima da mosca, os caras estão para o Franz Ferdinand assim como o Strokes está para o Television e o Interpol para o Joy Division. As guitarras agudas distorcidas com algum suingue em cima de uma linha de baixo marcante e as invertidas rítmicas que os escoceses tomaram como estilo é marca dos velhinhos ingleses. O Gang of Four provavelmente foi a mais robótica das bandas do pós-punk inglês, o que os caras do Kraftwerk fariam se portassem guitarras.

Entertainment!, o debute da banda de 1979 é uma retrato das espectativas da banda para os conflitos e as relações sociais da próxima década, ("Quando eu estava no ventre da minha mãe / A estrutura social parecia coisa simples" diz a letra de Not Great Men), em um tempo que bits e chips significavam apenas biscoitos. A microfonia, os ruídos e a batida da introdução de Anthrax refletem bastante o estado de guerra fria e a iminência de conflito do período.

Em setembro, com as apresentações do Gang of Four e do Franz Ferdinand, o público brasileiro terá a chance de presenciar in loco, quase ao mesmo tempo como as coisas se copiam e se modernizam. E já adiantando, o FF vai ser mais divertido, porque em 2006 a robótica está mais desenvolvida, dinâmica, articulada e dançante, porém menos social.

* O Anthrax é uma infecção provocada pela bactéria Bacillus anthracis. Adquirida por via respiratória, oral ou cutânea, é letalíssima. Originária de uma doença do gado comum no século XIX, foi usado pela primeira vez pelos japoneses, em 1947 contra os chineses. Durante o período da Guerra Fria estima-se que muito da substância tenha sido produzida pelos dois lados envolvidos no conflito, porém, nunca chegou a ser massivamente utilizada.

 

:: Vinicius Aguiari, - 11:55 PM [+] ::

::  sexta-feira, julho 14, 2006  ::

Coluna

"Consumo desenfreado para tentar aplacar os medos e a ansiedade, a ostentação como forma de buscar aceitação entre os pobres de espírito e a ignorância do pior tipo, aquela que assola os que puderam comer, vestir e ir as escolas e que mesmo assim ainda acham que as coisas e as pessoas não fazem parte de um sistema interligado e independente..."

Paulo Lima no editorial da Trip deste mês em texto publicado anteriormente no jornal Meio & Mensagem.


Vocês viram que o garoto Lucas, após voltar para casa ao fim do seu seqüestro ganhou uma moto nova, destas infantis, sei lá se elétrica ou movida a outro combustível, para dar voltas pela sala do seu apartamento.

Precisa dizer algo mais? Que o moleque tem grande probabilidade de se tornar um playboy folgado, destes segregadores e debochadores de suas empregadas.

Imaginem se daqui a alguns dias a gente assistisse o Marcola currando o Amauri Jr na TV PCC, O canal aberto do crime? Pelo menos teria algo de divertido nisto tudo, melhor que o programa do Amauri Flanela Jr seria.



Mudando de assunto, a Câmara Brasileira do Livro divulgou os dez primeiros colocados das 19 categorias do 48º Prêmio Jabuti. Segundo a CBL, este ano 2.074 livros se inscreveram ao prêmio. As categorias com maiores números de inscritos: Capa (236) e Projeto/ Produção Editorial (183).

O link com todos os indicados nas 19 categorias está aqui.

Adiantando, o Domingos Pellegrini está lá, na categoria romance lá com Meninos do Poder, a história de um radialista que se torna político, um romance sobre a política londrinense. Rubem Fonseca também, com Mandrake, Bíblia e Bengala. O Marçal Aquino e o Marcelo Mirisola também concorrem na mesma categoria.

Na categoria contos, Marcelino Freire com seus Contos Negreiros, disputa o prêmio com Fausto Wolff - A milésima segunda noite, Luis Fernando Veríssimo - Orgias e a transgressora Ivana Arruda Leite, com o seu Ao homem que não me quis, entre outros.

A lista completa está aqui. Alguém arrisca um palpite? A apuração do resultado acontece no próximo dia oito, na sede da CBL.

Até a próxima!

 

:: Vinicius Aguiari, - 8:49 PM [+] ::

::  quarta-feira, julho 12, 2006  ::

Flattermaus no Tramavirtual

Capa do primeiro cd do Flattermaus - Save your one life assA banda do Terror disponibilizou os sons deles no Tramavirtual. Ele me falava que já ensaiava com estes caras deste quando viajamos para Porto Alegre, em 2004, e então eu sempre perguntava quando vocês vão tocar? E ele dizia ainda não estamos prontos.

Mas parece que agora estão. Ao todo, os caras disponibilizaram oito músicas no site do seu primeiro CD Save your one life ass, com fortes influências das guitarras distorcidas sujeiras dos anos 90. É impossível escutar e não associar o som dos caras ao som de bandas como Superchunk ou Dinossaur Jr. King of Believes e Drink with no ice até poderiam ter sido compostas pelos Chunk´s, com aquela vocal levemente gritado e a guitarra chorosa desenhando a melodia. Front Machine é mais enérgica e suja, como os nova-yorquinos do Sonic Youth.

O Flattermaus promete ainda fundir em seu trabalho elementos de diversos culturas urbanas, como o design gráfico, skateboard, bmx e a cultura de rua.


Este primeiro CD foi gravado neste ano no estúdio TNT, em Londrina. A produção gráfica do trabalho ficou a cargo do guitarrista e vocalista da banda, Jan Mohrbacher, juntamente com Arthur Carvalho.


Até algum tempo atrás, Londrina era umas das melhores cidades deste país para se ter uma banda. Não que lá não existam todas as dificuldades do mercado independente, mas todos fins de semana bombavam festas em república dignas de causar inveja a própria Funhouse, reduto indie paulistano. Se você nunca freqüentou, imaginem quatro bandas apresentando se em uma única noite dentro de uma garagem ou de uma sala de TV apertada, às vezes com a mobília espremida ao lado; cerveja a um real e cinquenta e entrada a cinco. E o esquema era profissional, não alto padrão, mas as bandas não tocavam com estes cubos Wattsom e baterias Pingüim, como em outras cidades universitárias por ai. Os hippies existiam, mas hippies sempre foram sinônimos de fiasco. Tanta gente comparecia que às vezes era preciso fechar os portões da balada. Foi por isto que o bicho pegou e na elaboração do novo Plano Diretor da cidade proibiram as festas, sobre a pena de crime de poluição sonora ambiental. Pior para os universitários e para a noite da cidade toda.


Agora, uma nova cena tenta se consolidar, encabeçada pelo produtor do festival Demo-Sul Marcelo Domingues, e por bandas como o Trilobita, que denominam o movimento como Rock Caipira Bruto. Os caras até se esforçam e estão acontecendo, mas na verdade, com a mudança do Bar Valentino e seus novos ares, a cidade como um todo está carente de espaços. Alguns bares tentam absorver o público, mas festas como as do pátio do Restaurante Universitário ou de repúblicas como a dos caras no meio da avenida Higienópolis, MussumManos, Dr Green, que abriam espaço para as bandas se apresentarem, ficaram na lembrança de um passado recente mais divertido.


 

:: Vinicius Aguiari, - 11:59 AM [+] ::

::  domingo, julho 09, 2006  ::


O fotografo nos abordou e perguntou se podia nos fotografar. Ok, sem problemas, concordamos, enquanto assistíamos à partida de futebol nas numeradas do estádio.

“Vocês estão na cidade a passeio?”
“Não, estamos procurando trabalho. Sabe? Mas nada muito sério, somos da mesma área que você”.
“Entendi”

E ele se foi com nossa imagem captada.

Na manhã seguinte, a foto estava lá, na parte inferior da capa do jornal, a nossa imagem em três colunas centrais, eu e minha amiga, com a seguinte legenda:
“Eles vieram à cidade a procura de trabalho, mas estão vivendo a passeio. Enquanto a idade adulta não bate-lhes a porta, eles se divertem e sorriem, nas numeradas do estádio, como se assistissem uma final de copa do mundo ganha na mesa de um bar”.

E aquilo chamou a atenção. Não havia reportagem alguma. Era somente a foto legenda colorida na primeira página do jornal. Mas todos se identificaram conosco, se sentiram realizados com o nosso estilo de vida, com nosso descompromisso, a nossa empatia, nossos sorrisos e a forma como encarávamos os fatos. Todos gostariam de ser jovens como nós, de gozar o sabor daquela alegria e celebrar o nada.

Mas além de tudo isto, a nossa fotografia levava consigo uma melancolia, como se aquele jogo fosse o último, uma espécie de despedida de solteiro da vagabundagem, e então depois a vida se tornaria algo concreto e tudo deixaria de ser como era antes. O sorriso, a empatia, a elegância. Vide ao fracasso de camisas de botões apertados e paletós alinhados. Acossado, meu romance bandido, eu não quero envelhecer. Era isto que aquela imagem significava, a recordação de uma juventude desperdiçada e a certeza de uma idade adulta mal vivida, e era por isto que todos se sentiam tão tocados.

Recortei a foto e coloquei no bolso. Levei para a casa e mostrei para minha família em uma reunião de domingo. Eu e minha amiga na primeira página do jornal, e ainda por exótico que pareça, por um motivo alegre. Todos ficaram admirados. Nós estávamos nos tornando conhecidos. A fotografia estava aparecendo em outros veículos, alguns disseram que a viram até em destes programas idiotas de TV. Nossos sorrisos se tornaram tão conhecidos como o da moça da caixa de palito de dentes. Éramos celebridades anônimas, o feliz casal das numeradas do estádio, o casal de amigos mais feliz do mundo, e eu não sei se aquilo era um romance ou uma amizade.

Então não demorou muito para que a indústria publicitária se apoderasse de nosso signo da forma mais voraz. Estamparam nossos rostos nas tampas das cartelas de iogurte infantil. Nunca fizeram contato algum conosco, era como se aquela imagem tivesse se tornado de domínio público, como o Che Guevara fotografado por Alberto Korda e reproduzido em massa ao redor do mundo. Talvez o fotografo tenha até ganho algum dinheiro, porém nós, nunca recebemos centavo algum por ter nossos rostos estampados nas embalagens de danone.
 

:: Vinicius Aguiari, - 7:51 PM [+] ::

::  quarta-feira, julho 05, 2006  ::

ACABOU!!! É TETRA!!!

Fachada de algumas boites do Soho captadas pelo Mineiro, que há algum tempo já andas por aqueles lados
Chego ao fim, chegou lá em casa. Esperei 97 dias pelo meu Entry Clearence, o visto de estudante para poder entrar legalmente no Reino Unido, e depois de toda esta maratona, ele finalmente veio aprovado.

Em breve, este blog deve passar a ser escrito do outro lado do mundo. Se tudo der certo, devo embarcar antes do final deste mês. Quem sabe ainda de tempo de eu comprar algumas entradas para o Reading Festival. Seria um bom começo.

Por enquanto, é isto. Esta espera toda me deixou cansado. Tenho um pequeno curta, captado com uma câmera fotográfica digital, para ser editado lá. Talvez eu ainda o acabe, o problema é que o Premiere não está funcionando direito. Meu computador foi formatado e não retornou aos seus devidos conformes. Se der certo, disponibilizo no You Tube e então coloco aqui.
 

:: Vinicius Aguiari, - 11:43 PM [+] ::

::  sábado, julho 01, 2006  ::

A maior partida de futebol de todos os tempos

Coloccini e Mascherano lamentam enquanto torcedores no estádio desacreditam o resultado


E a Argentina caiu pelo caminho. Na verdade eu não torcia por isto, gostaria de ver uma final entre a gente e nossos hermanos, talvez o maior jogo de futebol de todos os tempos.

Um jogo capaz de parar com os conflitos do mundo e fazer todos olharem para um único estádio, pois lá estaria o grande confronto, as duas maiores rivalidades do futebol mundial, o maior espetáculo esportivo do mundo, pois Mike Tyson e Evander Hollifield não passam hoje de dois búfalos velhos sustentando em seus corpos um monte de carne mole vermelha surrada; Ayrton Senna há muito está morto enquanto Michael Schumacher resiste em entrar com os dois pés em sua decadência, e muito pouco há hoje neste mundo referente a grandes duelos esportivos.

Uma final Brasil x Argentina seria o confronto nunca realizado entre Pelé e Maradona. A briga após a aula pelo domínio da escola entre o negro humilde que escolheu o caminho do bem e o branco suburbano que decidiu viver junto ao perigo. E não importaria se um dia Brasil e Argentina se uniram contra um mísero inimigo comum na guerra do Paraguai.

Após a batalha, um dos dois saíria conquistado, subjugado e dominado pela aparente e frágil superioridade do adversário. O resultado seria um mísero detalhe em meio a um monte de feridos pelo conflito. E talvez o jogo fosse horrível, devido ao medo e ao respeito mútuo, pois a questão é “Nós somos inimigos há tempos, nos tememos e nos respeitamos, mas hoje isto tudo vai acabar”. Coloquem os cavalos para correr. Soltem os cachorros para brigar. A maior partida de futebol de todos os tempos que não irá acontecer. Malditos alemães.
 

:: Vinicius Aguiari, - 1:46 AM [+] ::

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