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::  quarta-feira, junho 25, 2008  ::

Por onde andam os coronéis da moda?

Modelo desfila peça da nova marca da FH, nova marca de Fause Haten na edição Verão 2009 da SPFW
Quem esteve lá se lembra, durante a penúltima SPFW (edição Inverno/2008), do frisson causado pelo anúncio da compra das marcas Fause Haten, Herchcovitch; Alexandre, Herchcovitch; Jeans, além da Zoomp pelo grupo I´M (Identidade Moda).

Tudo era informado com grande alarde e euforia. Era o salto da moda brasileira para o topo das principais passarelas mundiais. Finalmente, nossos estilistas seriam novos Valentinos, Jacobs, Guccis. São Paulo se tornaria a nova Milão, Paris, Tókio, Nova York.

Os coronéis da moda passeavam pela Bienal felizes de seus feitos. Eram o foco dos flashs e carregavam a segurança (prepotência) que só os coronéis são capazes. Apesar de terem comprado algumas das mais significativas grifes brasileiras e serem os patrões de estilistas talentosos, não abandonavam as tradicionais camisas de algodão cru de seus condados. Em reuniões secretas, sugeriam antigas bailarinas como futuras garotas propagandas. Era como ter encontrado o último poço de petróleo ainda inexplorado. Até o ministro da cultura caiu na história. O vilarejo iria se transformar em uma metrópole e todos passariam a ser ricos, bem vestidos e elegantes.

Porém, os planos não saíram como o planejado. Os compromissos não foram honrados e, logo, passaram a ser rompidos.

Alexandre Herchcovitch foi o primeiro, em abril passado, a revelar que as negociações não haviam se concretizado.

Em seguida, foi a vez da Zoomp, a qual tinha sua coleção assinada pelo próprio Herchcovitch, sentir os efeitos do estrangulamento de suas finanças. A tradicional marca do raio não suportou e, às vésperas de pisar mais uma vez na passarela, o grupo I´M anuncio que a marca não participaria do evento, na ausência mais significativa da SPFW.

Agora, já no decorrer da atual edição da semana, Fause Haten se desligou do controle criativo de sua grife. Como Marcelo Sommer, que também vendeu sua marca e depois foi afastado do controle criativo da mesma, a negociação de Fausen foi concretizada. E Fause deixou para trás, com o coração partido, sua antiga marca e desfilou a nova FeagHa (FH), de maneira independente.

E os coronéis, sedentos e ansiosos, vieram, compraram e levaram tudo. E ninguém sabe ao menos pra onde. Como forasteiros que invadem o Mato-Grosso, o Pará, Roraima, o Tocantis, o Amazonas e o Acre e devastam tudo, voltando pra casa em suas camionetas importadas enquanto os caminhões se encarregam do trabalho sujo. Pelo menos roupas não são como árvores. Mãos às obras meus caros.
 

:: Vinicius Aguiari, - 5:37 PM [+] ::

::  terça-feira, junho 10, 2008  ::

Calcinhas, gols, milhões e o Romário
Considerações sobre três das mais nobres artes do universo masculino: pegar mulher, marcar gols e ganhar dinheiro




Viver é competir. Já dizia qualquer sujeito na esquina se passando por filósofo letrado. As pessoas passam o tempo todo se auto-exigindo em busca de reconhecimento e sucesso. Já era assim no colégio, foi assim na faculdade, desnecessário dizer no trabalho. Mulheres competem como frangas para ver qual delas é águia. Ciscam e se empetecam na tentativa de voar mais alto do que permite seu ímpeto natural. Já os homens competem como macacos para ver quem é o leão do pedaço. Pulam e se atracam na tentativa de atingir a tão desejada nobreza.

Na situação masculina, imagino três situações que são capazes de despejar esta endorfina nos corpos varonis. Enumerando, seriam elas: tirar a calcinha de uma mulher, marcar um gol e alcançar o primeiro milhão. As três situações são o que existe de mais nobre em matéria de satisfação e deleite masculino.

A parte de ritos, técnicas ou trejeitos, o saque da vestimenta feminina é o último obstáculo entre as artimanhas insinceras da sedução e o deleite do sexo. Mais do que convencer a própria mulher, deixar lhe nua é como passar para trás seu pai, irmãos, avôs, a culpa, o padre e dizer a todos: "Por mais que vocês se esforçaram, cá estou eu com a sua menina!". Digo ainda, para um homem, mais do que a própria qualidade de sua performance a ser realizada em alguns minutos, o que realmente importa é a conquista, a satisfação de ter sido ele o escolhido em meio a uma multidão de candidatos. Vida é competição, mulheres são conquistas. Em rodas de amigos, mesmo que subliminarmente, troféus de luxo tatuados em egos masculinos.

O homem é um bicho bruto, nasceu para se esfolar e agredir. O avanço da humanidade o tornou civilizado (pelo menos tentou) e coube ao esporte ser a válvula de escape de seus instintos. Já dizia o juiz que julgou o caso Rycharlison que futebol é um esporte varonil, e homofobias (dele) à parte, concordo. É dentro da quadra que se enxerga a maneira de cada um de ser homem. Ou você pensa que é fácil se firmar como macho?

Quando um homem marca um gol, ele se torna o centro do universo daquele terreno, seja campo ou quadra. Verdadeiro rei do pedaço. Na situação de combate, todos os adversários foram derrotados na missão de impedir que o sujeito atingisse seu objetivo. Para os seus companheiros de camisa só resta a conclusão: "Este é o nosso homem, parte do nosso time, é dele que precisamos". Se existir no mundo feminino situação capaz de despertar tamanho sentimento me digam que serei o próximo a cortar fora meu sexo.

A última das situações, é a mais difícil delas, e, a menos que se tenha nascido milionário, é a última que vai se concretizar. E se um dia acontecer, pois a maioria esmagadora de operários deste mundo vai morrer sem saber o que é ser deixar de ser pobre. Lembro-me quando Woody Harrelson, ao interpretar o pornógrafo americano Larry Flint, em O Povo contra a Larry Flint, pergunta a personagem de Courtney Love: "Você já transou com um milionário? Pois tire suas calças que agora você vai!", ao atingir seu primeiro milhão vendendo pornografia. Não imagino o que seja isto, alias, até imagino, mas não sei exatamente. De maneira sintética, é a mais perfeita tradução de ter conseguido, ter chegado lá. Na vida, na carreira, no trabalho. Dinheiro e sucesso. Isso não é tudo, mas é um belo caminho andado.

Romário é o maior homem do mundo. Comeu mais de mil, fez mil gols e ganhou vários milhões. E ainda trouxe sozinho uma Copa. Então você me responde: "Não, Pelé é o maior homem do mundo. Comeu mais de mil, fez mais gols que Romário, acumulou vários milhões, foi eleito Rei e ganhou três copas" - nenhuma delas sozinho para relembrar -, e eu te digo que não.

Pelé não foi um bom pai. Esteve envolvido em processo de paternidade, além de ter visto seu filho, Edinho, acusado de associação com o tráfico. Já Romário, quando pensava que havia conquistado tudo, a vida lhe atribuiu um novo desafio com a sua filha Yvi, portadora de Síndrome de Down, a qual ele recebe de braços abertos, se tornando espécie de embaixador da causa.

E o baixinho, encrenqueiro e malandro Romário, revela seu caráter mais nobre, se mostrando um cara de coração gigantesco. No Rio, todos os cariocas já devem saber, porém vale salientar. Definitivamente, Romário é o maior homem do mundo. O que por ai costumam alcunhar de "O Cara". Comeu mil, marcou mil, ganhou vários milhões e ainda é um paizão.

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:: Vinicius Aguiari, - 4:02 PM [+] ::

::  sexta-feira, junho 06, 2008  ::

Adeus à independência?

Bati um papo (via e-mail) com o Hélio Flanders, do Vanguart. A entrevista está no Guia esta semana. Parece que a possibilidade de eles assinarem com o novo selo da Som Livre é bem grande. O novo disco, ou o antigo relançado, deve vir à tona em 2009. No rodapé da matéria, deixei uma pequena resenha do disco. Acho que resenhas sonoras devem tentar transmitir, através das palavras, os sentimentos provocados pelas melodias. Tudo bem que quem produziu o álbum, onde foi gravado, quanto tempo levou, se nevou ou se fez sol é extremamente relevante, mas caso a critica não tenha nenhum toque pessoal e literário, de nada servem as informações técnicas. Vanguart, o disco, é de 2007. Quando eles começaram a despontar no Myspace eu estava na gringa e confesso que torci o nariz. Demorei algum tempo a me afeiçoar até os Mp3s caírem no meu laptop. Aí a redoma caiu. Abaixo segue o que eu penso.

Vanguart - Vanguart
(Outracoisa - 2007 )
Lançado no ano passado pela revista Outracoisa, Vanguart provocou grande burburinho da critica especializada. Longe da euforia ululante da imprensa, que por vezes elevou o disco a categoria de genial, Hélio Flanders e companhia passeiam com desenvoltura pelo álbum. O clima absurdo de Semáforo, a pegada werstern de Hey Yo Silver e a melancolia dopada de Cachaça já revelam a proposta de um folk-rock distante das capitais, ligados às influências regionais, porém bastante urbano. Melodicamente, o violão de Flanders despeja levadas que vão de Beatles a Neil Young, enquanto os arranjos da guitarra de David Dafre atribuem à sonoridade contemporânea do álbum. Cantada em espanhol, Los Chicos de Ayer é uma viagem pela América Latina, dos desertos mexicanos de peiote às montanhas andinas mascadoras de coca. A dilanyana The Last Time I Saw enumera os desassossegos que o amor provoca e traça o clima de despedida do álbum, que fecha com Para Abrir os Olhos. Vanguart é exótico, original e abriu as portas para um novo estilo - o folk - dentro da cena nacional. Caso os garotos se deixem queimar, podem virar uma fogueira.

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:: Vinicius Aguiari, - 3:59 PM [+] ::

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